A maior posição da carteira da Berkshire Hathaway é reduzida para 30%.
Warren Buffett é amplamente considerado um dos maiores investidores da história do mercado financeiro, não apenas pela sua vasta fortuna ou pelo sucesso em superar consistentemente o S&P 500, mas também pela estratégia simples e eficaz que ele e a Berkshire Hathaway seguem.
Sua filosofia de investimento, baseada na ideia de “comprar boas empresas a bons preços”, demonstra que não é necessário ser um gênio ou ter ideias complexas para ganhar dinheiro no mercado.

Value Investing
Essa abordagem simples do Value Investing, aliada a décadas de sucesso, faz com que Buffett seja uma referência constante para muitos investidores ao redor do mundo.
A Berkshire Hathaway, sua empresa, é vista como um barômetro do mercado, com suas movimentações e posições sendo amplamente discutidas e analisadas no setor financeiro.
Estratégia do passado
Nos últimos anos, um dos maiores debates em torno da estratégia da Berkshire tem sido o tamanho da sua posição na Apple, que em determinado momento chegou a representar quase 50% do portfólio de ações da empresa.
- 4T23: Apple correspondeu a 49% do portfólio de ações da Berkshire Hathaway;
- 1T24: Apple correspondeu a 40% do portfólio de ações da Berkshire Hathaway;
- 2T24: Apple correspondeu a 30% do portfólio de ações da Berkshire Hathaway.
Berkshire Hathaway vendeu US$75 bilhões em ações da Apple no segundo trimestre, aumentando a pilha de dinheiro de Warren Buffett, a soma é um novo recorde de US$277 bilhões.
O bilionário se desfez das ações enquanto os indicadores subiam em direção aos picos atingidos em julho, antes da recente onda de realização de lucros no rali da inteligência artificial.
Esse movimento chamou a atenção dos investidores, devido ao tamanho da posição e à relevância da redução, gerando interesse entre investidores ao acompanhar as decisões da Berkshire.
A segurança dos treasures
A decisão de Warren Buffett de reduzir sua participação na Apple e aumentar significativamente sua posição em títulos do Tesouro dos Estados Unidos representa uma mudança estratégica notável. Ao invés de uma simples observação, podemos interpretar essa ação como uma aposta em um cenário econômico futuro mais desafiador.
Buffett e a Berkshire Hathaway estão, de forma proativa, realocando seus recursos para ativos considerados mais seguros. Ao adquirir uma quantidade de títulos do Tesouro que supera até mesmo as reservas do Federal Reserve, a empresa demonstra uma confiança na solidez da economia americana, mas também uma preocupação com as incertezas do cenário global.
A desaceleração econômica americana, as tensões geopolíticas e as incertezas fiscais são fatores que impulsionam essa estratégia conservadora. Ao aumentar sua posição de caixa e investir em títulos do governo, a Berkshire está se protegendo contra possíveis perdas em um mercado mais volátil.
É importante ressaltar que essa mudança não significa necessariamente uma perda de fé na Apple. Buffett continua a reconhecer o potencial da empresa, mas entende que, em um contexto de maior incerteza, é prudente diversificar os investimentos e buscar ativos que ofereçam maior estabilidade.

A curva de juros invertida nos EUA geralmente indica uma recessão, mas atualmente, apesar de uma economia menos pujante e inflação mais alta, não há sinais de grandes desequilíbrios iminentes.
Além disso, o foco em títulos do Tesouro, em vez de investir em outras empresas, sugere que ele não vê “oportunidades significativamente melhores” no mercado.
Por que a Apple se tornou cara?
Se Warren Buffett, um dos maiores investidores de todos os tempos, está comprando renda fixa nos EUA, pode ser uma oportunidade a ser considerada. Se não é devido a uma crise iminente ou a falta de melhores oportunidades no mercado, então a justificativa pode estar nos preços.
Atualmente, a Apple é uma das empresas mais valiosas do mundo, com um valor de mercado de mais de US$3 trilhões até julho de 2024.
É evidente que para Warren Buffett, a Apple está cara, o que justifica a venda de parte das ações, apesar da empresa não enfrentar problemas de liquidez. A questão é por que a Apple, de repente, ficou cara demais. A Apple continua negociando a valores elevados, em torno de 30 vezes o lucro.
Em maio de 2023, Buffett elogiou a Apple como um negócio superior aos demais da Berkshire, o que contrasta com a redução significativa da posição desde então.
Embora a economia tenha desacelerado, as condições macroeconômicas melhoraram desde aquele período, sugerindo que a mudança de opinião de Buffett pode estar relacionada a algo específico na própria empresa.
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Crescimento estagnado e dificuldades em melhorar os lucros
A Apple gera receita principalmente através de produtos e serviços, com os produtos representando 72% das receitas e os serviços 28%, conforme a tabela a seguir:
Fonte: NordInvest
Apple corresponde a 30% do portfólio da Berkshire Hathaway
A razão exata pela qual Warren Buffett vendeu 50% das ações da sua participação na Apple não é clara e provavelmente só será revelada por ele mesmo, possivelmente em maio do próximo ano.
Apesar das mudanças limitadas no cenário econômico e no negócio da Apple, que pode até ter melhorado com novos produtos alinhados às tendências de inteligência artificial, o que chamou a atenção foram as projeções do mercado para a empresa nos próximos anos.
Custos de fabricação
O que gerou essa queda foram as tarifas que Trump impôs sobre importações da China. Onde a Apple fabrica 95% dos componentes do iPhone, responsável por 46% das receitas da companhia.
Trump é o favorito e caso ele ganhe, a Apple acaba tendo uma compressão em suas margens diante do aumento dos custos com os componentes do iPhone.
A motivação de Buffet
Não se pode afirmar com certeza se essa foi a razão por trás da decisão de Buffett de reduzir pela metade sua posição. No entanto, é possível que seja uma das principais motivações, embora esse aspecto tenha sido pouco discutido na mídia e entre investidores.
Caso essa possibilidade se mostre verdadeira, provavelmente teremos um ajuste de projeções com uma margem menor para a companhia, ou seja, é uma mistura de macro e geopolítica e de uma possível deterioração do micro da empresa.
Essa combinação de fatores faz com que a ação não tenha recomendação de compra de alguns analistas como da Nord Global. É importante mencionar que o Buffett está comprando renda fixa no exterior. Pode ser um sinal de que é uma boa hora para aproveitarmos também.

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- https://analisa.genialinvestimentos.com.br/acoes/apple/
- https://investnews.com.br/tecnologia/warren-buffett-vende-acoes-da-apple/