Venezuela, da riqueza ao comunismo

Uma das maiores reservas petrolíferas do mundo em decadência econômica

A Venezuela é localizada na costa norte da América do Sul, despontou como uma potência petrolífera global no século XX. Entre as décadas de 1950 e 1980, a Venezuela prosperou com a criação da PDVSA, Petróleos de Venezuela, S.A, e sua influência na OPEP.

A descoberta de vastas reservas de petróleo transformou a economia do país, atraindo investimentos estrangeiros e solidificando sua posição no mercado petrolífero, desempenhando um papel crucial na definição dos preços do petróleo, na época. Esse período de riqueza permitiu melhorias significativas nas condições de vida e no desenvolvimento econômico da população.

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Na década de 1990, a Venezuela tinha uma capacidade de produção que ultrapassa 3 milhões de barris por dia (bpd). No entanto, essa capacidade diminuiu drasticamente nas últimas duas décadas. Atualmente, com a interferência estatal na Petróleos de Venezuela, S.A está sucateada. Devido à falta de investimento, manutenção inadequada, e problemas econômicos e políticos, a produção real de petróleo da Venezuela está muito abaixo da capacidade máxima histórica.

Nos últimos anos, a produção diária tem flutuado em torno de 500 mil a 1 milhão de barris por dia, de acordo com várias fontes, incluindo relatórios da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e agências de energia internacionais.

A era Hugo Chávez

 Ao poder em 1999 marcou uma mudança significativa com a implementação da “Revolução Bolivariana,” que visava redistribuir a riqueza do petróleo. As políticas de nacionalização e maior controle estatal sobre a PDVSA levaram a um declínio na produtividade e eficiência da indústria petrolífera.

A desvalorização do petróleo na Venezuela resultou de subsídios governamentais que mantiveram os preços internos artificialmente baixos, controle de preços para evitar aumentos significativos e má gestão que levou à degradação da infraestrutura da PDVSA. Esses fatores, combinados com a crise econômica e sanções internacionais, reduziram a receita potencial e a eficiência da indústria petrolífera.

A dependência do petróleo e a má gestão econômica resultaram em uma crise profunda, exacerbada pela queda dos preços do petróleo em 2014. 

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Sob Nicolás Maduro, a situação se agravou com hiperinflação, escassez de bens essenciais e uma crise humanitária, forçando milhões de venezuelanos a emigrar. A história recente da Venezuela ilustra os desafios da dependência dos recursos naturais e da governança.

Eleições 2024

Em 2024, a Venezuela embora tenha reduzido sua inflação a 1%, estava passando por desafios econômicos e sociais, incluindo uma inflação extremamente alta, escassez de bens essenciais e uma emigração em massa. A oposição ao governo do presidente Nicolás Maduro estava buscando unir suas forças em torno de um candidato que pudesse desafiar o poder do atual regime, enquanto o governo de Maduro tentava consolidar sua liderança, alegando avanços nas condições econômicas e sociais, além de um processo de “recuperação” nas áreas que ele controla.

O governo de Maduro tentou apresentar a eleição como uma vitória da democracia e do povo venezuelano, mas o isolamento internacional e as sanções econômicas continuaram a afetar o país. A falta de consenso internacional e a constante tensão entre diferentes blocos geopolíticos deixaram a Venezuela em uma posição vulnerável, enquanto as dificuldades internas permaneciam.

O desfecho das eleições de 2024 na Venezuela foi marcado por um cenário de impasse político, onde o governo de Nicolás Maduro, apesar de sua reeleição, continuou a enfrentar opositores por falta de legitimidade tanto dentro do país quanto no mercado internacional. A polarização política e os desafios econômicos e sociais seguiram sendo uma realidade para o povo venezuelano.

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