O governo anunciou, em 8 de junho de 2025, um pacote fiscal para compensar a não elevação do IOF, conforme discutido no Morning Call XP em 10 de junho de 2025. Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, explica que o pacote inclui uma tarifa de 20% sobre importações de até US$ 50, válida a partir de 1º de julho de 2025, visando arrecadar R$ 2,7 bilhões por ano. Além disso, introduz tributação sobre os rendimentos de LCIs, LCAs e FIIs, que perderão a isenção de Imposto de Renda a partir de 1º de janeiro de 2026. No segundo vídeo, Caio Nabuco reforça que essas medidas buscam equilibrar as contas públicas, mas impactam diretamente investidores.
Tributação de LCI e LCA
A partir de 2026, LCIs e LCAs terão seus rendimentos tributados pela tabela regressiva do Imposto de Renda: 22,5% (até 180 dias), 20% (181 a 360 dias), 17,5% (361 a 720 dias) e 15% (acima de 720 dias). Destaca que a mudança equipara esses ativos a CDBs, reduzindo sua atratividade, especialmente em prazos curtos. Os setores como imobiliário e agronegócio, que captam via LCIs e LCAs, podem enfrentar menor disponibilidade de recursos, impactando o financiamento de projetos.
Segue uma expilicação visual das Letras de crédito imobiliário e agrícola:

Mudanças nos FIIs
Os Fundos de Investimento Imobiliário, os famosos FIIs, terão seus rendimentos mensais tributados em 20% a partir de 2026, enquanto ganhos de capital na venda de cotas seguem com alíquota de 20%. A isenção anterior favorecia investidores em busca de renda passiva, mas a nova regra diminui o retorno líquido. A tributação corrige distorções no mercado, mas pode desviar investimentos para ações ou outros ativos de renda fixa, afetando o fluxo de capital para o setor imobiliário.
Impactos Econômicos
O pacote fiscal eleva a inflação em até 0,4 bp devido à tarifa de importação, pressionando o consumo, especialmente no e-commerce. Com a Selic a 14,75% a.a., o mercado espera mais aperto monetário. A tributação de LCIs, LCAs e FIIs pode reduzir a captação de recursos para setores estratégicos, como construção e agronegócio, impactando o crescimento econômico. A aprovação do pacote no Congresso, com 70% de apoio, elevou o Ibovespa em 3,8% no ano, sinalizando confiança.
Estratégias de Investimento
Rachel de Sá, analista de investimentos da XP, recomenda diversificar com CDBs atrelados ao IPCA ou pós-fixados, que oferecem retornos competitivos frente às novas regras. Ela sugere FIIs de logística ou lajes corporativas, menos dependentes de rendimentos isentos. Há um reforço na importância de CDBs de bancos menores, que podem oferecer taxas atrativas, e ações de setores resilientes, como utilities. Importante consultar assessores financeiros para ajustar carteiras, considerando o cenário de alta Selic e inflação pressionada.