Desafios na oferta de cacau e impacto nos preços
As principais causas da oferta restrita de cacau são o mau tempo e as doenças que afetam as plantações nos países produtores da África Ocidental. Esta região, composta principalmente pela Costa do Marfim e Gana, representa 60% da produção global de cacau. O clima ideal, solo fértil e mão de obra abundante contribuem para sua posição de destaque. No entanto, a região enfrenta desafios como trabalho infantil, doenças, pragas e mudanças climáticas, que podem afetar a produção no futuro.
Produção e desafios no Brasil
O Brasil é o 6º maior produtor de cacau do mundo, com a Bahia e o Pará sendo os principais estados produtores. O clima e o solo do país são favoráveis ao cultivo do cacau, mas a produção também enfrenta desafios semelhantes, como doenças e pragas. O Brasil possui potencial para aumentar sua produção, especialmente com investimentos em pesquisa e novas tecnologias.
Impacto nos preços
A oferta restrita e os desafios enfrentados pelos principais produtores têm pressionado o setor cacaueiro. Com poucos novos produtores emergindo, o setor enfrenta dificuldades para atender à demanda global, especialmente durante certos períodos do ano. A indústria de chocolate tem observado uma elevação nos preços do cacau, que chegou a ultrapassar o preço do cobre, um metal industrial de referência. A cotação do cobre é frequentemente usada como um indicador da saúde da economia global, da oferta de commodities, da inflação, do sentimento do mercado e das expectativas dos investidores.
Cotação do cacau
A oferta de cacau está diminuindo enquanto a demanda aumenta, o que tem elevado o preço do chocolate. Os consumidores podem sentir o impacto financeiro desse aumento. A indústria está buscando alternativas e soluções sustentáveis, incluindo práticas agrícolas mais responsáveis, novas variedades de cacau e a exploração de novas regiões de cultivo. Além disso, há interesse em fontes alternativas de chocolate, como produtos à base de plantas. Embora o futuro do chocolate seja incerto, a conscientização sobre a escassez de cacau pode levar a mudanças positivas no longo prazo.
Previsões e impacto da crise
A Barry Callebaut, a maior produtora de chocolate do mundo, alertou que a crise do cacau pode persistir até 2025. Com quase 200 anos de história, a empresa belga é líder global em chocolate a granel, oferecendo produtos de alta qualidade para a indústria. Presente em mais de 30 países e com mais de 12.000 colaboradores, a Barry Callebaut se destaca por seu compromisso com a sustentabilidade, investindo em pesquisa e desenvolvimento para garantir o futuro do chocolate.
A empresa prevê uma oferta ainda mais apertada para 2025. Segundo a Barry Callebaut, “O chocolate pode ficar ainda mais caro em 2025 se as doenças dos cacaueiros e o clima severo prolongarem o déficit de oferta e os preços altos do açúcar,” conforme informado à Bloomberg Intelligence.
Cotação do cacau
Na tarde de 25 de março de 2024, a cotação dos futuros do cacau em Nova York, com contrato para maio de 2024, atingiu US$ 9.650 (R$ 47.999). Há um ano, o preço era em torno de US$ 2.900 (R$ 14.424). Os contratos futuros do cacau na Bolsa de Nova York (NYBOT) subiram significativamente na semana, com uma alta de mais de 8% em todos os contratos. Este foi o maior aumento em um único dia desde 2016, impulsionado pela preocupação com a escassez global de cacau.
Para mais informações:
- Ceplac: [URL inválido removido]
- AIBA: https://aiba.org.br/
- ICCO: https://www.icco.org/
- World Cocoa Foundation: https://www.worldcocoafoundation.org/
- Investing.com
- Bloomberg Intelligence