China Reage e Sobe Tarifas para 85%

Entenda Como Essa Disputa com os EUA Pode Inundar o Brasil com Produtos Baratos.

As informações estão chegando numa velocidade impressionante. Hoje, a China confrontou diretamente Donald Trump ao anunciar o aumento das tarifas de importação sobre produtos americanos de 34% para 84%, intensificando ainda mais a guerra comercial com os Estados Unidos. As economias mundiais reagiram de imediato: o dólar, por exemplo, chegou a disparar para R$ 6,10 logo após o anúncio, mas poucas horas depois caiu drasticamente, recuando para R$ 5,84.

Fonte: Freepik IA

Déficit Comercial Recorde nos EUA

Desde a crise do subprime nos Estados Unidos, entre 2008 e 2009, a balança comercial americana só piorou. Em 2024, ela fechou com um rombo de US$ 1,2 trilhão, um dos maiores da história. Enquanto isso, a economia americana continua sendo inundada por produtos chineses — muito mais baratos do que os fabricados em solo americano.

Esse fenômeno se intensificou com a chegada de plataformas como Amazon, Temu, AliExpress e Shein, que facilitam a entrada desses produtos no mercado dos EUA sem barreiras significativas. A indústria americana simplesmente não consegue competir com os preços praticados pela China.

A Resposta de Trump

É exatamente contra essa dependência comercial que Donald Trump está reagindo. Ele propõe uma política de tarifas agressivas como forma de frear a entrada maciça de produtos chineses e incentivar a reindustrialização dos Estados Unidos. No entanto, é evidente que Trump não espera que toda a produção manufatureira deixe países como Vietnã ou Camboja e migre integralmente para o solo americano.

O que está em jogo é a tentativa de reconstruir parte da cadeia de valor dentro dos EUA, focando em setores estratégicos e nas etapas com maior valor agregado. Trump sabe que o modelo asiático, baseado em mão de obra barata e escala massiva, não é replicável nos EUA, onde o nível de riqueza do americano não permitiria e os custos de produção são significativamente mais altos.

O plano é atrair para os EUA as fases mais lucrativas e tecnológicas da produção, como pesquisa, desenvolvimento, montagem final (como o caso das bolsas caras e/ou francesas) e controle logístico, enquanto parte da fabricação básica pode continuar no exterior sob regras comerciais mais equilibradas. Mas, no curto prazo, O consumidor americano, ao menos no curto prazo, pagará mais caro pelos produtos importados.

Mas, segundo Trump, o objetivo é forçar as empresas a voltarem a produzir dentro dos Estados Unidos, criando empregos e fortalecendo a indústria local.

Reações Imediatas das Gigantes

As ações de Trump já estão gerando impactos reais. A Apple, por exemplo, está esvaziando seus estoques na China e transferindo os produtos rapidamente para os EUA para evitar as novas tarifas. A empresa também anunciou um investimento de US$ 500 milhões em infraestrutura nos Estados Unidos.

A Amazon, por sua vez, entrou diretamente na guerra comercial, cancelando pedidos de fornecedores chineses sem aviso prévio. Cerca de 40% dos produtos vendidos na Amazon são de origem chinesa — e a empresa está disposta a abrir mão dessa fatia para não ser impactada pelas novas regras.

Para Onde Vai o Excesso Chinês?

Segundo o Wall Street Journal, a China deixará de vender ao menos US$ 500 bilhões por ano em produtos para os Estados Unidos. Mas a produção não vai parar. Resultado: a China vai redirecionar esse excesso de oferta para outros países — incluindo o Brasil.

E o impacto pode ser devastador para as indústrias locais que já lutam para competir. Há 30 anos, a indústria brasileira representava 30% do PIB. Hoje, caiu para apenas 12%, e continua em declínio.

Indústrias Brasileiras em Risco

Com a China forçando a exportação dos seus estoques, setores inteiros no Brasil podem sofrer:

  • Painéis solares: maior oferta tende a derrubar os preços.
  • Baterias, brinquedos e carros elétricos: o Brasil já é um mercado promissor para carros elétricos chineses.
  • Pneus e têxteis: a indústria têxtil brasileira pode ser duramente atingida, com concorrência desleal mesmo com a taxação de 100% sobre produtos importados da China.

Apesar das tarifas já aplicadas pelo Brasil, os produtos chineses ainda chegam mais baratos via e-commerce. E agora, com ainda mais pressão para escoar produtos, os preços devem cair ainda mais.

China Reage com Tarifas de 85%

Como retaliação, a China aumentou suas tarifas para até 85% sobre produtos americanos, A taxa representa um aumento percentual de 50 pontos sobre a tarifa que já existia, de 34%, ou seja, era 34%, anunciou mais 50%, foi para 84% sobre produtos americanos. Xi Jinping fez exatamente o mesmo que Trump fez, acompanhando os mesmo aumentos percentuais impostos – Donald Trump aumentou 50 pontos percentuais, a China aumentou também 50 pontos percentuais. Só essa notícia já mexeu com os mercados no mundo inteiro.

E o Brasil?

O Brasil corre o risco de se tornar um destino prioritário para o excesso de produção chinesa, o que pode beneficiar o consumidor no curto prazo, mas fragilizar ainda mais a indústria nacional.

Não se sabe se isso será positivo ou negativo para a economia brasileira. O tempo mostrará os impactos.

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