Fraudes, CPI do INSS e rejeição em Alta
Apesar de uma declaração negativa do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a economia brasileira, a Bolsa de Valores atingiu um patamar histórico de 140 mil pontos. Isso gerou uma dúvida: por que a Bolsa sobe se a economia está fragilizada?
A resposta, segundo economistas, está na percepção do mercado de que o governo Lula está enfraquecido e pode não se manter no poder após 2026.
Faria Lima precificando a saída
Dois fatores principais estariam influenciando o mercado: primeiro, o escândalo de corrupção no INSS, que abalou a imagem do governo, e a alta rejeição a Lula em São Paulo, onde mais de 63% desaprovam sua gestão. Investidores interpretam esses sinais como o começo do fim político de Lula e já precificam essa possível saída.
O otimismo da Bolsa, portanto, não é confiança na economia, mas antecipação de um cenário pós-Lula.
Rejeição crescente em São Paulo
A desaprovação de Lula em São Paulo, leia-se mercado financeiro, subiu de 55% em novembro para 63,1% em maio. A aprovação caiu de 43% para 33,9%. Avaliações “péssima” passaram de 36% para 43,9%. Esses números, somados à CPI travada e à desconfiança fiscal, reforçam a percepção de que o governo está perdendo apoio e controle.
Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde, tem sido um dos críticos mais contundentes da política fiscal do governo Lula. Inicialmente, ele acreditava que o governo adotaria medidas responsáveis para equilibrar as contas públicas, que seria pragmático, mas expressou arrependimento por essa confiança, declarando: “Me penitencio por ter acreditado que o PT teria alguma seriedade fiscal” .

Criticou o aumento do IOF em maio de 2025, classificando-o como “assustador” e uma “aula de psicologia gratuita” sobre como o PT enxerga os investidores. Ele também alertou que, com a queda na popularidade do governo, é provável que medidas populistas se intensifiquem à medida que as eleições se aproximam, o que pode agravar ainda mais a situação fiscal do país .
Para Stuhlberger, o Brasil “não aguenta mais um governo do PT”, e ele ajustou as estratégias de investimento do Fundo Verde diante da deterioração das condições fiscais. O gestor reduziu significativamente sua exposição ao mercado de ações brasileiro.
Em dezembro de 2024, a Verde Asset Management tornou-se “levemente” vendida em relação às ações locais, uma estratégia de proteção contra quedas no mercado, o que representa a primeira vez desde 2016 que o fundo adota essa posição. Além disso, em maio de 2025, Stuhlberger revelou que o fundo está “zerado” em ações brasileiras, mantendo apenas uma posição de hedge de 2,5% no Ibovespa.
Em contrapartida, o fundo aumentou sua exposição a ativos internacionais, incluindo crédito global e moedas asiáticas, como forma de diversificação e proteção contra riscos domésticos. Stuhlberger também mencionou a redução de posições em crédito high yield americano e a manutenção de investimentos em ouro e petróleo como parte de sua estratégia de alocação global.
Economia travada
O presidente do Banco Central, Galípolo, também afirmou que faz sentido manter a taxa Selic elevada por mais tempo devido à incerteza fiscal. Isso significa crédito caro, consumo em queda e empresas menos dispostas a investir. A economia fica travada, com endividamento crescente entre famílias e negócios, mesmo com arrecadação recorde. A mensagem do BC é clara: não há confiança no equilíbrio fiscal do governo.
O aumento do IOF anunciado em maio de 2025 expôs um grave desalinhamento entre o Banco Central e o governo federal. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, foi surpreendido pela medida e demonstrou desconforto em coletiva de imprensa, que se tornou um desastre institucional, falas desencontradas, a admissão de que ele não havia sido consultado e a falta de clareza sobre os objetivos da ação revelaram falhas profundas na comunicação entre o governo e a autoridade monetária.
Embora o governo tenha alegado que a medida colaboraria com a política monetária e buscava uniformizar alíquotas como parte de um “ajuste fiscal”, o resultado prático foi o aumento da carga tributária, sem qualquer proposta de redução ou compensação.
A elevação das alíquotas mais baixas para equipará-las às mais altas foi vista por críticos como mais um movimento arrecadatório, aprofundando a percepção de desorganização e descoordenação na condução da política econômica.
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Inflação e gastos
Agora, mesmo sem pandemia, os juros estão ainda mais altos, 14,75% ao ano, acima do patamar do governo Dilma 2, que chegou a 14,25%. Há muito descontrole fiscal no governo Lula, que gasta mais do que arrecada, embora venha batendo recordes de arrecadação.
Em 2024, o governo Lula registrou um recorde histórico na arrecadação federal, totalizando R$ 2,709 trilhões — o maior valor desde o início da série histórica em 1995. Esse resultado representou um aumento real de 9,5% em relação a 2023. Para 2025, o governo prevê manter o foco no aumento de receitas, com uma projeção de elevação de R$ 166 bilhões, conforme o orçamento enviado ao Congresso.

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Mercado aposta novo governo
A alta da Bolsa, em um cenário de juros elevados e consumo retraído, foge do padrão econômico. O motivo seria a aposta do mercado em um novo governo em 2026. O escândalo do INSS e a pesquisa de rejeição em São Paulo seriam sinais de que Lula dificilmente será reeleito. Para investidores, isso representa uma melhora futura — e é nisso que estão investindo agora.
PT e PSOL contra a CPI do INSS
Apesar da gravidade das fraudes no INSS, partidos como PT e PSOL não apoiaram a abertura da CPI, o que levanta suspeitas. Já outros partidos da base, como o MDB, assinaram a proposta. A oposição pressiona pela investigação, enquanto o governo tenta evitar desgaste.
Otimismo do mercado não com Lula
A alta da Bolsa está longe de significar uma economia forte. Segundo o conteúdo, o mercado está reagindo não ao sucesso do governo Lula, mas à possibilidade de seu fim. A sugestão é não deixar se enganar com indicadores soltos e a entender o contexto político por trás dos números.