Buffett anuncia saída da Berkshire Hathaway
Warren Buffett, aos 94 anos, anunciou sua aposentadoria como CEO da Berkshire Hathaway, conglomerado que liderou por seis décadas, transformando-o em um poder avaliado em US$ 1,16 trilhão.
Em 3 de maio de 2025, durante reunião anual de acionistas em Omaha, Nebraska, Buffett revelou que deixará o comando até o final do ano, recomendando Greg Abel, Vice-Presidente de Operações Não-Seguros da Berkshire Hathaway e o sucessor indicado por Warren Buffett para liderar a empresa após sua saída.
Na prática, ele já comanda a maior parte dos negócios operacionais da Berkshire que não estão ligados a seguros, incluindo empresas como a BNSF Railway, Berkshire Hathaway Energy (da qual ele foi CEO), e outras subsidiárias industriais e de serviços.
Buffet garantiu que não venderá nenhuma ação da empresa, destacando sua confiança nas perspectivas da Berkshire sob a gestão de Abel. A decisão marca o fim de uma era para o investidor, conhecido como o “Oráculo de Omaha”, que construiu um legado com aquisição estratégica e uma filosofia de investimentos baseada na paciência e compreensão dos negócios.
Buffett faz críticas as tarifas comerciais
Na mesma reunião, Buffett mesmo tendo chegado de bengala e com a voz fraca, falou por quase quatro horas. Expressou preocupações com as políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, sem citá-lo diretamente. Ele defendeu que o comércio equilibrado beneficia o mundo e criticou o uso do comércio como “arma”, afirmando que as tarifas podem ser “um ato de guerra”.
Para o bom velhinho, os EUA deveriam negociar globalmente, promovendo prosperidade mútua. Ele destacou que a imposição de barreiras comerciais é um “grande erro”, especialmente quando 7,5 bilhões de pessoas fora dos EUA podem ressentir-se da postura americana. Essa visão reflete sua opinião de que a prosperidade global está interligada com a segurança e o sucesso econômico dos EUA.
A confiança em seu sucessor
Greg Abel, de 62 anos, assumirá o comando da Berkshire Hathaway, uma decisão que Buffett justificou como economicamente estratégica, acreditando que Abel traz melhores perspectivas para a empresa. Durante o anúncio, Buffett revelou que apenas seus filhos sabiam da decisão anteriormente, surpreendendo Abel e outros executivos.
Ele prometeu continuar “por perto”, oferecendo apoio em momentos de grandes oportunidades, mas garantiu que Abel terá a palavra final em todas as decisões. A transição ocorre em um momento de cautela da Berkshire, com uma caixa registradora de US$ 347,7 bilhões, refletindo dificuldades em encontrar investimentos atrativos em meio a incertezas comerciais.
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O legado consistente de Buffett
Em um vídeo da Liberta Global, Buffett é homenageado como um mestre dos investimentos, com lições que vão além das finanças, abrangendo negócios e vida. O anúncio de sua saída, após mais de 55 anos como CEO, foi marcado por um “megahilo” no X, destacando 50 ensinamentos do investidor.
Buffett enfatizou sua lealdade aos acionistas, rejeitando a ideia de acumular caixa apenas para o beneficiário Abel, reforçando seu compromisso com o valor econômico da Berkshire. Sua trajetória, marcada por humildade e retornos anuais compostos de 20% entre 1964 e 2024, deixa um legado que Abel agora terá o desafio de preservação.