China chama de “brincadeira” as tarifas de 145% impostas

Eleva custos de produtos

Com a intensificação das tarifas sobre importações em 2025, aumentando as taxas sobre produtos chineses para 125%, conforme anunciado em 9 de abril. Essa política, que já havia começado em seu primeiro mandato com tarifas de 25% sobre US$ 550 bilhões em bens chineses, agora impacta diretamente o preço de itens como eletrônicos, roupas e brinquedos.

Um estudo do Federal Reserve estima que as tarifas elevam os custos anuais das famílias americanas em US$ 2.400, pressionando o orçamento doméstico em um cenário de inflação persistente.

Desde 9 de abril de 2025, as tarifas médias americanas sobre especificamente da China atingiram 145%, um salto significativo em relação aos 20% no início de 2025. Esse aumento incluiu duas etapas principais, um acréscimo de 10% em 4 de fevereiro e outro de 10% em 4 de março, seguidos por ajustes que culminaram na tarifa de 125% anunciada, somada a taxas preexistentes.

Fonte : Braza bank


Tarifas e Acusações sobre a China

Essas tarifas ocorreram praticamente em todas as nações chinesas, incluindo bens fabricados como brinquedos, roupas e eletrônicos, e são justificadas pelo governo americano como resposta a práticas comerciais desleais da China, como roubo de propriedade intelectual e o fluxo de fentanil (é um opioide sintético, um tipo de medicamento analgésico, até 50 a 100 vezes mais potente que a morfina e cerca de 50 vezes mais forte que a heroína).

As tarifas de 145% dos EUA e 125% da China, no atual momento, abril de 2025, praticamente paralisaram o comércio bilateral. Já que o comércio entre as duas potências representa quase 3% do comercio global.

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Empresas repassam custos

As empresas americanas repassam os custos das tarifas de Trump aos consumidores, elevando os preços de bens de consumo. O preço do aço, por exemplo, sobe 38% desde 2018, impactando setores como manufatura e construção, que enfrentam margens mais apertadas. A inflação, que atinge 2,9% em 2018 e continua a crescer em 2025, reflete esse aumento, com o índice de preços ao consumidor (CPI) subindo 3,2% no último trimestre de 2024, segundo o Bureau of Labor Statistics. Consumidores sentem o impacto ao pagar mais por produtos essenciais.

Exportações americanas sofrem com retaliações chinesas

A China retaliou as tarifas de Trump com taxas de 125% sobre produtos americanos, afetando exportações como a soja, que giram um mercado de US$ 14 bilhões anualmente. Essa retaliação reduz a competitividade de agricultores dos EUA, enquanto a China aumenta a compra de soja brasileira, adquirindo 40 cargas em abril de 2025.

O déficit comercial dos EUA com a China, que Trump prometeu reduzir, cai apenas 18% até 2020, de US$ 419 bilhões para US$ 344 bilhões, mostrando que as tarifas não resolvem o problema comercial como esperado. Pelo contrário, o objetivo de trazer Xi Jinping à mesa de negociações, diante de tanta pressão tarifária, criou um ruído nas relações e isso pode minar as chances dessa conversa acontecer, considerando a fala do Ministro das finanças chinês que chamou o episódio de “brincadeira” e que a China não vai mais se posicioar caso mais alguma tarifa seja imposta ou aumentada.

Empregos não crescem

Trump aposta nas tarifas para criar empregos na manufatura, mas os resultados decepcionam até o momento. As tarifas geram apenas 175 mil novos empregos no setor, enquanto outros setores perdem 450 mil vagas devido à alta dos custos e à queda nas exportações, conforme dados do Federal Reserve. A economia americana enfrenta pressão adicional, com o Goldman Sachs estimando uma probabilidade de recessão global em 45% até o fim de 2025, agravada pela guerra comercial e pela desvalorização do yuan chinês.

Mercado global reage

As tarifas de Trump reconfiguram o comércio global, forçando empresas a realocarem cadeias de suprimentos para países como Vietnã e México. A China, sob Xi Jinping, ignora novos aumentos tarifários, chamando-os de “inviáveis”, e busca aliados na UE e na Ásia para resistir ao protecionismo americano. Enquanto isso, o S&P 500 cai 15% desde seu pico em fevereiro de 2025, refletindo a incerteza econômica. As tarifas de Trump, embora protejam alguns setores, custam caro para consumidores e exportadores, evidenciando os limites de sua estratégia.

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